sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

28.12.2012
No outro dia olhas-te para os meus olhos cor de mar e não disseste nada, todos os teus músculos faciais contraíram-se e foi das poucas vezes que pude presenciar uma demonstração de afecto tua. Sorriste. E é raro sorrires sem falares. Mas naquela altura já nenhuma palavra servia, os teus olhos castanhos mél estavas tão conectados com os meus, que senti faiscas ao nosso redor, como se de um campo magnético se tratasse. Estávamos a transmitir reacções fervorosas de amor num gesto tão pessoal como a telepatia. E lembrei-me imediatamente da música que costuma tocar no nosso carro quando vamos até à ravina da saudade, "Find light in the beautiful sea, i choose to be happy, you and i, you and i, we're like diamonds in the sky". Concentrei-me tão em ti e deixei-me levar por toda a letra da música, porque tu brilhas, brilhas no teu encanto singular e omnipresente. E todos os teus sentidos ficam apurados como um Deus que surge das cinzas e purifica todos aqueles ao seu redor. Tu és a minha primeira porta a bater, no meio da escuridão, e enquanto isso assim for dormirei descansada porque sei que estarás lá para mim. "So  shine bright, tonight, you and i, we're beautiful like diamonds in the sky, eye to eye, so alive, we're beautiful like diamonds in the sky".

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

24.12.2012
E lá fora fazia sol mas o coração não estava para aí virado. O momento estava tão paralisado que nada se ouvia. O joelhos estavam negros, eu sempre fui de me atropelar em sonhos e quase morrer em vários. Mas esta manhã foi diferente. Tudo estava mais preto e branco e apenas reconhecia o cheiro a orvalho lá fora. O orvalho?! Impressionante, já nem o teu cheiro na almofada me faz sentir feliz. Eras o pedaço de coração que mais saltitava, no entanto nos últimos dias já estavas habituado a mais me magoar. 
Mas amor é isso, tropeçar enquanto iludidos estamos e esfolar os joelhos até sangrarem de dor e angustia. Não termos mais paz e mergulharmos na ousadia de tentarmos agradar o outro com mentiras e irrealidades. Sabes? era isso que eu te dizia sempre que o tema de conversa era o destino ou a falta de credibilidade dele.
                                                                 May Rose, New Zealand, 1920  

sábado, 22 de dezembro de 2012

22.12.2012
Hoje deixei-me morrer e deixei de te seguir, não espero mais pela tua noção de que me deves perdão. Esperar que o céu fique mais claro não é suficiente, quero aprender a conviver com a tempestade, mas não a tua, não mereces tal preocupação com as gotas que caiem e se esfolam nas pedras mais pontiagudas do solo. Queria ter boas recordações de ti mas essa tua religião não o permitiu, porque nunca foste educado a saber pedir desculpa quando não consegues dormir com pesos de consciência. Se é que um dia os tiveste.
Mas continuo a querer aprender a conviver com a tempestade, quem sabe um dia não tenha de falar com um furacão e todas as palavras cortantes que ele desafiar enviar-mas serão estancadas com a defensa imune que quero adquirir. E não sei se é de mim ou de ti mas voltei a sentir-me magoada, como antes. Deixei entrar algo que de bom era e voltei a regar-me com veneno. Foste tão astuto nesse jeito que agora sinto-me presa à morte, como antes me sentia. E se anteriormente não queria mais sentir-me viva, hoje não quero mais sentir-me ligada a ti, foste parte de uma pedra que me atormentava a minha curta caminhada.
Somente agora me resta o amor pela minha alma gémea, ele sim sabe decifrar todas as minhas legendas ilegíveis, já tu não passas de um mero carimbo sem tinta. Sem tinta e sem coração.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

20.12.2012
Só quero receber apenas uma mensagem tua amanhã, não quero que lamentes o que não foi dito ou feito, pensar em resoluções para atenuar a dor nunca foi solução. Dá graças por termos caminhado sobre o mesmo pedaço de mar ou respirado a mesma fonte de oxigénio. Acredito que foram essas coincidências geniais que um dia alguém inventou para a sua própria sobrevivência que nos fez chegar aqui, longe da monotonia das outras relações e da desconfiança da incerteza humana. E somos conectados por um fio invisível que não conduz mais electricidade. Um fio de saudade dissonante. É amando-te assim que os cosmos se alteram e os astros mudam as suas preferências, como bolas de gelo que derretem ao som de "Don't you worry child" de SHM. O nosso amor é assim, natural como a sua natureza, como tu e como nós. Por isso não te esqueças, amanhã quando achares que o fim do mundo chegou manda-me mensagem, ou liga, quero saber o que me vais dizer quando só nos restar um minuto de vida.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

18.12.2012
Já não sabia não dizer-te como estava o tempo pela manhã. Afastar as cortinas e abrir as janelas para poder respirar o ar que corria a toda a velocidade lá fora, por entre a pressa de cada um de nós que tem uma vida própria tão ou mais complicada que a do outro. Dar-te a novidade meteorológica era a minha única desculpa para poder conversar contigo, e após esse assunto, mais viriam e estaríamos ali horas e horas sem nos apercebermos que o tempo para estarmos juntos já tinha acabado. E depois recolhias-te novamente para o teu único e confortável lugar.
Agora não sei mais se isso foi o certo a fazer porque nada de certo é o passado. Mas quando me lembro das nuvens a mexer e das variadas formas que eras capaz de encarnar ao vê-las, perco a vontade de odiar o que em tempos foi natural de viver. E sinto que fui feliz por meros instantes quando cada sorriso era motivo de insónia ou a felicidade reflectia-se em todos os dedos entrelaçados. Mas deixa passar, não há nada pior do que querer voltar atrás..

domingo, 16 de dezembro de 2012

16.12.2012
Trágico foi não sentir mais a tua respiração porque todos me apertavam e sufocavam. Tentavam tirar-me dali, tentavam acalmar-me como que se de um dia normal se tratasse, e eu só pensava em não mais parar de te chamar. Não sabia mais nenhum nome a não ser o teu e no entanto isso não te fez acordar porque do outro lado a vida é sempre mais apelativa. E eu implorava por tudo que voltasses a mim e que toda aquela história velha de "ver a luz ao fundo do túnel" não estivesse nesse preciso momento na tua cabeça. 
E quando a tua mão deixou de apertar a minha, o teu coração também deixou de seguir o meu e foi o momento mais inconstante de toda a minha vida. Eu queria acreditar que simplesmente te tinhas esquecido de apertar a minha mão porque o momento estava tão confuso e incompleto. Queria acreditar que estavas cheio de vida nova, que ias acordar e voltar a sentar-te a meu lado depois de um dia de café e cigarros e voltar-me a dizer, "Quando é que aceitas casar comigo?"
Já se ouvia de longe choros corridos e vozes desconhecidas a lamentar o sucedido e eu ainda estava ali, a tentar perceber o porquê de não abrires mais os olhos para mim. E sem querer caiu me uma lágrima, e eu sei o quanto odeias que eu chore, mas foi tudo tão doloroso que até as pedras da calçada fizeram o luto. Já não havia mais razões para continuarem ali a impedir-me de estar a teu lado porque no fundo tu já não estavas ali, somente o teu corpo me acompanhava.
Agora percebo a tua vontade de partir para o outro lado, esta vida é tão monótona e cinzenta que nem sempre dá vontade de continuar. Mesmo assim sinto-me devastada com o teu esquecimento de me levares contigo, eu estava bem aqui, não poderias gritar pelo meu nome? Como eu fiz com o teu quando te vi naquele chão estendido, envolvido em poças de sangue e com uma cicatriz na face direita. Estava bem aqui para me levares contigo. 
May Rose,  New Zealand, 1934

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

12.12.2012
O engraçado é que eu não quero escrever mais nada que me leve a ti. Porque escrever para ti dá muito mais trabalho do que escrever sobre mim e eu sou das pessoas mais complicadas que conheço. Não quero limitar-me a redigir qualquer texto com base em memórias melancólicas, tristes, memórias sem nome e sem sentimento. Foste apenas isso, metade de um sentimento que nem lugar teve para se preencher no seu todo. E enquanto vagueio pelo esquecido passado, obrigatoriamente estou a tomar-te como pensamento. E que ridículo é pensar em ti depois de tantas vezes que o sol se pôs e a lua apareceu. Não sabes tu outra coisa senão fugir, como o astro faz sempre ao final do dia, fugir e voltar quando menos te quero por perto. Despertas em mim o meu pior, o pior que jurei nunca mais querer ver.
Por isso cala-te para sempre, deixa-te estar no desconhecido porque ainda não comecei a sentir a tua falta, o que é estranho porque sempre que faz frio de noite és a primeira pessoa a quem o meu inconsciente recorre. És como o mar, vais e vens, e se soubesses o quanto eu gosto do mar, jamais terias essa atitude que me faria comparar-te a tal. 
Enfim, és reluzente e insignificante. Estou cheia de ti, expludo a cada hora de mais necessidade. Mas cansei de ser opção. Nasci para preencher o total de um coração.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

11.12.12, Dear Abbie
O que a restava era escrever, escrever o que ninguém um dia iria ouvir, ou saber. Caneta, papel e toda uma madrugada pela frente. Esvaziava-se completamente de si e pouco antes dos primeiros raios de sol, o fogo transformava tudo em cinzas. Era o seu prazer maior ver as suas angústias virarem pó, e a fumaça cinzenta que ardia nos olhos fazia-a chorar por um breve momento. É certo que ela era um mistério e que ninguém compreendia o seu silêncio. Mas quando se aprende a ser sozinha, e a queimar os sentimentos derramados num pedaço de papel, falar torna-se dispensável, e as pessoas, também.
May Rose

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

10.12.12
Não sei se é o tempo ou se somos nós. Mas a vida torna-se tão crucial quando do nada existe momentos intelectualizados e inesperados. Tornas-te tão guerreiro da tua própria vida e tão príncipe da minha. E é dessas maravilhas que se formam a corrente que trespassa o meu coração e o guarda. São essas forças da Natureza, igualadas a amor, que nos deixa viver de paixão todos os dias. Um de cada vez para não existir sufoco. Sufoco de mim.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

06.12.12
Não tive a necessidade de o dizer. Aliás, nem consegui. Foi muito mais fácil fingir que não me importaria com a tua ausência, e assim, deixei-me ficar no meu lugar. Enrolei-me em mantas até perceber que o problema não eras tu, era eu. Facilmente deixei-me desinibir pela novidade e nem me deparei com os riscos que isso iria causar. Não da forma como foi. Fiquei tão estática na altura que ainda me revejo nesse pranto. Achei que até então nada tivera sido sincero, apenas circunstâncias momentâneas e pedaços de nunca riscados com sabor a probabilidades reduzidas. Foi desta forma que fiquei como um pássaro sem ninho, petrificado no meio de uma auto-estrada. Imóvel como um fantasma. E faço por não pensar no que aconteceu, as recordações são demasiado inúteis para alguém que tem horrores ao passado. Mas faço deste exemplo o último exemplo, senti que se não foi aceite foi porque os céus já há muito têm o lugar certo ocupado. E se não fui eu e tu, serei eu e ele. Porque ele é muito mais Deus que tu e no meio de tantos defeitos o amor acaba por ser verdadeiro. E não palavras ditas porque o momento proporcionava para tal. 

sábado, 1 de dezembro de 2012

"Apocalipses são sempre particulares. Não é um único fim do mundo, não é uma única batalha no final dos tempos. A catástrofe é todos os dias, dentro de cada um."
Estou a sentir demasiado a tua falta e não queria nada ter de escrever sobre estas angústias. E de tanto pensar que já te esqueceste das frases certas sinto-me cada vez mais asfixiada. Asfixiada de um amor proibido e impossível. Mas gosto de sofrer por ilusões. Não queria nada sentar-me de novo no mesmo banco de autocarro, a ouvir a mesma música e a não me lembrar de ti. Porque não lembrar-me de ti faz me lembrar de males maiores. Aqueles males que eu tento fugir de madruga até ao pôr do sol.
Quantas vezes eu não deixei fugir o último suspiro depois de uma palavra tua, quantas vezes eu não me antecipei na doce forma de iniciar uma manhã, quantas vezes eu não deitei tudo a perder com a minha irracionalidade infantil e bipolar. E quantas vezes desculpaste-me tu. A culpa é tua de eu acreditar que há males que vêm por bem. Porque isto de certo não tem nada, muito menos de bem. Chegas-te com a flecha na mão, tiveste sorte na vida e acabaste por me acertar. Na pessoa mais fraca e indefesa. Agora desfruta do prazer que é conviver com uma alma. Apenas alma, porque pessoa já eu fui um dia. Quando o céu era cor de rosa.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

E de todo o vazio incontrolável naquela sala, foi o teu que me despertou. Sentia todas as partes do teu corpo a vibrarem, como cordas de um instrumento musical. Estavas tenso e fechado. Estavas tão tu próprio que as pessoas chegavam mesmo a perguntar se estavas bem. Tu nunca estiveste bem, nunca foste de pegar numa caneta e escreveres até as mãos sangrarem. Nunca foste de sorrisos, de frases longas ou de cortês simpatia. Sempre foste o mais controlado e ansioso daquela sala. E resultante de tal memória, ainda me invade o cheiro a pó, incrustado em toda aquela camada de papel de parede velho, sujo e rasgado. Lembro-me como se fosse ontem que estavas sentado na terceira cadeira a contar do fundo, junto à janela que tem vista para o monte. Eras tu e a tua ousadia de nem pestanejar. Mais uma vez eu gostei de ti. Só não sabia que tu eras eu há uns anos atrás. 
May Rose, 27 de Novembro, 2012

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Hoje escrevo-te. Não interiorizei frases moralistas, apenas fiquei retida no imediato detestando a ideia de saber o que te dizer. Há ainda em cada toque uma simbologia que me leva a ti, insensato coração. Prometi a mim mesma nunca mais te pronunciar como um ser vivo mas é inevitável, vives-me tão incessantemente e de tão demónio que és, incomodas-me. Estes dias têm aparecido de uma forma tão mais suave, já não sabia como era respirar de alivio por coisa nenhuma. Tenho sorrido mais e chorado menos. Ainda assim, em toda a noite mais escura e sombria, em todo o silêncio mais profundo, sinto-me rendida a pensamentos audazes aterradores, instintivamente rogo por um acto de sobrevivência inesperado. Mas misteriosamente as noites têm passado depressa e toda essa forma irrelevante de me consumir nem tempo tem para me contar uma história, e assim vou-me safando para a outra noite. Sucessivamente tenho andado nisto, é a minha rotina desafiadora e enquanto não me concentrar em outra, fico assim. Num pasmo muscular obscuro. 

sábado, 24 de novembro de 2012

Não há amores de inverno, nem amores de verão. Simplesmente há amores, cada um com o seu toque suave e mágico. E no final de tudo, o que interessa é o que se envolveu enquanto dois corpos desconhecidos se descobriam. A felicidade está nos risos escondidos e nas frases não fitas, e é tão mais simples entender tudo o que não se ouve, a imaginação leva-nos ao limite e estabelece acordos com as maravilhas do céu. Não sei o que seria de mim se amor só durasse um quarto do ano. Vivia tão inata e só. Trocar de amor seria a maior dor, sentar-me à mesa sem ninguém à minha frente para perguntar como lhe tinha corrido o dia magoaria ainda mais. Fomos feitos para saber de onde vem os sonhos bons, de onde são  feitos as alegrias e onde acaba a felicidade.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

É tão enorme como o que eu sinto por ti. O meu amor - mas de confiança pequena. Não sou confiante, nem pequena. Sou misteriosamente inata e gosto de flores numa bandeja de pequeno almoço. Mas de que interessa do que eu gosto? Interessa o que tu gostas. Sempre interessou, sempre foste tu o primeiro da lista. E enquanto és o privilegiado eu fico assim, querendo mais dias para me conhecer. Para olhar ao espelho e perceber, eu sou tão maravilhosa quanto ele e ainda mais, consigo fazer sorrir qualquer pessoa com um simples sorriso meu. É tão simples pensar primeiro nos outros do que em nós. É o meu caso.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

É importante como nos vimos com os outros. Ou só mesmo connosco. Ás vezes a nossa sombra é mais mortífera que um rastilho de conversas paralelas em aberto. Fazemos de conta que falecemos por causa das facadas incertas e irregulares que são fruto de um meio social. E estamos ali, estendidos no chão à espera que a própria causa da morte se levante. Somos tão predestinados a ser demónios de nós mesmo que não notamos que o mal esta em nós e nas representações que fazemos. Enquanto isso, umas almas voam incessantemente para perto do sol, onde se podem queimar de prazer e desgosto ao mesmo tempo. Outras, como eu, continuamos aqui, a olhar pela última janela da última garrafa de dignidade que nos resta e sonhamos. Sonhamos com liberdade e mais mentiras conjugais. Somos só pó.

domingo, 18 de novembro de 2012

Seja bem vindo ao centro do universo, onde a galáxia não é nada mais nada menos que um mero acaso do que se passa debaixo do chão. E debaixo do chão dizem que não há nada, nem um pestanejar de um insecto, por mais insignificante que seja, não se inclui lá. Nem mesmo o movimento forçado do nosso andar torna o caminho mais delicado e firme. Mas tudo tem uma explicação e viver ao acaso é tão mais delicioso do que prever os acontecimentos. Eu sou assim, um acaso nascido num dia de verão, prematuro e indefeso. Tenho a capacidade de romantizar e de prever desgostos futuros. Mas eu sou tão estranha como pássaros brancos em pleno inverno. Ou chá quente no verão. Não sei, ser estranha já é um rótulo e eu nunca me importei de ser rótulada. Não por "estranha".

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

No fundo és do meu agrado, só tu e a tua compaixão pelas minhas teimosias que são alegres e aterradoras. E enquanto a chuva cai lá fora, eu fico aqui imaginado, com o estômago a ferver, o quanto poderia estar perdida nesta altura se não te tivesse comigo. Não pensas na ridícula forma como terminaria os meus poemas ou na sonância obscura das minhas frases? E ainda mais ridícula seria a forma como eu interpretaria qualquer conversa. Nada me levaria a ti. Ou ao amor. Por mais que diga que amar dói e esfola e mata, vivo-te tão intensamente que chego a sentir dormência nas partes frias - geralmente no coração. E para quem já morreu uma eternidade de vezes, hoje sinto-me bem viva. Vida demais. E não gosto nada.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Cego-me de um olhar pálido e gelado, incapaz de ameaçar qualquer amanhecer que se estenda no âmbito de se prolongar. É a luz que incomoda os corpos fracos e pequenos, os ossos frágeis e partidos. E num instante parte-se a vontade de continuar e fica somente restos de virtudes e alegorias. Fazes parte de mim, sempre o fizeste e eu sempre o soube. Fluir é a melhor opção, rastejar, como um insecto que não morre ao primeiro impacto e tu és eu. De várias maneiras sabemos nós do que somos constituídos  se é ferro, se é plástico, se é dor ou amor. E não importa mais o que fomos um dia antes do hoje, porque isso já lá vai. Já não paga impostos nem é culpado do mal do amanhã. Não resta dúvida de que fomos heróis e que também esquecidos o fomos como um distúrbio mental que se faz notar no cérebro do mais astuto. É fatal e torna-nos doentes. Doentes da cabeça e da alma. Mas sobretudo da alma.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

 Tenho estado de luto por mim. Já não consigo sentir o meu coração. Estou morta, independentemente de qualquer espasmo que tenha, sinto-me morta. Normalmente sentiria medo disso. Medo de estar sem reacção ou resposta. Medo de não conseguir respirar a brisa de Outono... Mas hoje não. Hoje não quero pensar que estamos a meio de uma estação. Quero apenas disfrutar do prazer que é morrer por amor ou falta dele. Ai eu! Pobre de mim que nem tempo tive para me despedir do meu presente, nem pensei no futuro. Liguei-me novamente ao passado e eis o resultado - uma morte inesperada e inconsciente. É normal não ter medo da morte? É que eu não lhe tenho medo, quanto muito posso recriar ansiedade. E não espero por milagres, não quero ser salva. Nem salva nem substituida. A minha presença chegou ao fim. E como todas as histórias eu fugi à regra, não fui feliz no final nem iludi todos com uma vida deslumbrante. Morri só, no abismo, rodeada de vozes e quem sabe algo mais. E Deus? Deus recebeu-me em sua casa como uma alma pura de uma inocente causa de salvação... Meu Deus! Por favor rogai por eles que não sabem o que dizem ou fazem. São apenas almas vagabundas predestinadas a um futuro incerto e redondo. Em ciclo. Como uma roda da sorte viciada... é assim o jogo. E eu nunca tive sorte no jogo. Enfim.. Se estar morta é isto, eu imploro por tudo que morram todos. Estar morto é um sacrilégio, não há dor, nem sofrimento.. Não há saudade.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

meus amores lindos eu também sinto a vossa falta.. ainda mais falta sinto de escrever porque ando a precisar, mas o meu computador avariou. Abbie, também sinto muito a tua falta irmãnzinha, muita mesmo  amo-te como sempre te amei. Gostaria de pedir à Ana que me enviou um comentário a pedir ajuda que voltasse aqui e deixasse o blog dela, para saber quem é. beijinhos, espero voltar em breve, ando devastada sem vocês. são os meus passarinhos de olhos em bico! (comentem no texto a baixo)

sábado, 20 de outubro de 2012

Trazes um brilho no olhar e espalhas pela sala, mergulhado no álcool e no tabaco. Oh meu amor, deixa-me fechar a porta e encurralar nos para que o destino se aperceba. Se aperceba que somos algo idiota e distante, ligados por fios de amor condutor. Que nos chamamos de tudo, começando em palavras duras e fracas que se fazem no amor. Deixa-me ser a alma deste instante, acabando por abdicar de tudo na vida. Quero fogo, quero chama, quero portas abertas e placas a indicar a saída... E do mal a menos rezamos todas as noites, para que, embrulhados num suor. Quero ser amor e paixão e vivências incrédulas para me tornar um ser melhor.. Palavras leva-as o vento, felicidade é coisa que não acaba e a ousadia é indeterminada.
meninas tenho um novo tumblr muito mais encantado

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tira-me deste sofrimento imprudente, que me desmembra e suga a alma. Destrói toda esta aflição de nascer e salva de mim o que poderes. Estou destinada a não reconhecer ninguém, porque a minha vista cegou de tanto sofrimento e de tanta angústia. E eu não sei ser mais eu. Não sei viver mais em mim e sinto-me suja. Quero fugir e não voltar, porque toda esta loucura é demência. E toda esta demência é dor. E esta dor que me atinge o corpo é saudade..

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Deixei de sobrevoar horizontes para te proporcionar bem estar. Geralmente as pessoas têm por hábito nem agradecer, desprezar a fidelidade que outrora demonstramos. Imagino ainda ao longe, o temporal feroz que destruiu parte de mim e que sozinha soube re-construir.. com várias falhas, mas re-construir. E tu? Soubeste inteiramente ser o que não és e colocares questão ambíguas sobre actos falhados e decisões provisórias. Estavas destinada a ser somente pó, espalhado pelo resto do mundo, mortificado pela atmosfera e normalmente, espezinhado por quem te deu a mão quando mais precisaste. Estás petrificada  Mais uma vez te digo, petrificada e sozinha. 

sábado, 13 de outubro de 2012

Estou magoada comigo mesma, esta sensação de derrota apodreceu-me a felicidade. Como eu estava e como eu estou. É incrível como uma pessoa pode alterar o seu humor e o seu destino à conta de uma leitura breve de frases que nem deviam ter aparecido escritas no nosso lado mais sensível  Eu sou sensível e fiquei sentida, tu sabes porquê. Voltamos ao mesmo. Que egoísta que sou e que incompreensível que és, amo-te e odeio-te ao mesmo tempo. Deixa-me estar, vou ficar mais branda assim que adormecer.. assim que esquecer que voltas-te a não me procurar.
Pequenos detalhes. É isso o que chamo aos teus sorrisos, esses pequenos detalhes de uma vida dolorosa e sangrenta. Preciso de te resgatar desse furacão de recordações altruístas e desanimadores. És preciosa demais para te auto destruíres assim, nesse culminar de instantes. Tenho pena que o futuro não te tenha guardado um pedaço de sorte mas sei que tudo ainda é muito incerto e enevoado. Nada de pesadelos a meio da noite.. Ainda tens uma boa noite, é o quanto basta para suportares mais um dia. Agarra-te à vida, pelo corrimão azul que te conduz sempre ao local correcto, sendo este o teu destino ou não. Tens me a mim. Sinto falta da tua presença e tenho por hábito colocar-te perguntas retóricas para que mesmo sabendo, possa ouvir da tua boca a saudade inata que perdura dentro desse coração. És sempre uma almofada de ar fresco doente, porque não sorris quando eu quero, sorris quando eu mereço. Tratando-se mesmo assim de gestos apaixonados e sempre com forma de girassol. Tu és pura e azarada. Quero-te bem Abbie, amo-te.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

"A primeira lição está dada: o amor é omnipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais esperes ouvir “eu amo-te” num jantar à luz das velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após o primeiro momento mais intimo. O amor odeia clichês. Vais ouvir “eu amo-te” numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que tirares a carta de condução, depois de aprovado no teste. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender."
Tenho respirado serenidade enquanto vagueio pelos caminhos floridos. E o meu mundo é contraditório porque estamos no Outono e as minhas flores cor-de-rosa não deixam de florir. Sinto que a paz achou um bom lar para permanecer. Dentro de mim. Já nada me incomoda e sinto-me mais aliviada. O vento é sereno e passa por mim como uma brisa pequena. A imaginação não pára, a minha mente é dinâmica e passa-lhe tudo por ela... E era isso que me incomodava, ver dimensões de imagens fantasmas a atacar-me, mesmo sabendo que nada era real. Agora deixem-me viver o meu amor sem medos e sem pensar em futuros. Pensar no que pode acontecer destrói uma alma por completo e diminui um coração puro. Outrora também fui capaz de diminuir corações a troco de choros e marés de sangue.Hoje sou mais passarinho livre do que de gaiola.

domingo, 7 de outubro de 2012

Quando voltar a ser lua cheia outra vez eu tenho a certeza que nos vamos encontrar novamente nas curvas do meu inevitável sorriso ingénuo e infantil. E este coração enfermo deixasse estar, a um canto, porque neste momento não preciso dele. A verdade é que estou prestes a fluir para a outra margem e a deixar morrer os fantasmas que outrora foram a razão da minha desistência do mundo. Estou a conseguir ver em mim uma salvação e não considero que isto seja apenas um perdão concedido por bondade. Sinto que está na hora de mudar a ordem dos acontecimentos e os seus significados. Chegou a hora de partilhar o júbilo que alcancei com este descanso da alma. Sozinha fui persistente, acompanhada serei antagónica. Existe um grande cansaço interior que me adormece os órgãos. Mas a glória chegará, vestida de ouro e marfim. 

sábado, 6 de outubro de 2012

E por entre longos olhares deixei-me dormir encostada ao braço dele. Já era escuro e o carro estava em andamento. Somente se via pelas janelas as luzes das casas, dos carros e das ruas iluminadas por postes fluorescentes. Eu encostei-me a ele, como que se entre o silêncio lhe pedisse aconchego e ele percebeu, beijou-me a testa e disse-me "faz ó-ó". A ternura dele humedeceu-me e fez-me querer dar-lhe um beijo na cara ou no pescoço, tanto faz. Estávamos nostálgicos, talvez eu mais que ele, quem sabe, nunca o saberei.. nunca saberei o que daquele cabeça se forma, somente lhe sinto o coração. E que bonito que é. Passei o resto da viagem na aventura de mais beijos no nariz e palavras modestas e doces. Ambos sabíamos que o dia estava a terminar e que a saudade estava pronta para voltar ao seu lugar habitual. Mas por momentos eu soube novamente que ele é o homem da minha vida e que tê-lo para sempre comigo não é um sacrifício  mas sim um privilégio. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Quantas e quantas vezes eu te disse que eras o girassol da minha vida Abbie. E quando o digo é porque és mesmo. És o girassol do meu pequenino coração que tem tanto amor fechado, nunca antes provado. Amor próprio, que também faz falta para um dia enfrentarmos de caras o nosso espelho. Apesar de não teres acesso a ele, tens acesso a outro. Ou melhor, a outra parte dele, aquela que só a ti te pertence. Vivemos em mundos separados mas juntos por um só sentimento imprudente e tão consumista. Eu não consigo parar de gostar de ti. Ainda assim perco-me muitas vezes nesta vida, num mundo a preto e branco rodeado de fantasmas e más línguas. No inferno as almas malignas gritam, neste mundo elas falam-me,elogiam-me e procuram-me. E eu escondo-me mais uma vez, num buraco negro, pequeno, onde só eu e tu sabemos onde fica. Deixem-me estar, eu gosto de sossego e frases ditas no silêncio. Como tu pequena.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Sou como o vento. Leve e Serena. E levo qualquer um comigo, seja bom ou ruim. Mas sobretudo, levo amor. Amor de verdade. É o que tenho para dar, só me falta encontrar quem queira ser amado. E andam por aí tantos corações sem amor, sem calor interior que me dão pena. Porque eu tenho amor para eles, amor que aconchegava cada um e os deixava sonhar à vontade. Sem ousadia e medo de serem magoados. E não é que eu não goste de solitários. Sou compreensível ao ponto de os achar interessantes. O estilo abandonado, deprimido, combalido por extremos, desfeito.. mas certas vezes feliz. Mais feliz que nós que temos tudo dado, facilitado, tudo amado e desejado. Contudo quero ser eu a causa de muitas felicidades e sorrisos. Não sorrisos amarelos. Sorrisos puros, nostálgicos, acompanhados de um belo "adoro-te May, para todo o sempre"... Dá-me oportunidade de te fazer feliz pequena, só desta vez.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Primeira missão: Gostar primeiramente de mim

Não importa o tamanho da minha inocência. Eu vou sempre precisar de intelectualizar os meus medos e de recriar um novo eu. E para que conste o meu velho "eu" não é assim tão amoroso como pensam. Ele sabe destruir sonhos e poluir mentes. E entristece-me por ele ser assim. No entanto raramente convivo com ele, muitas vezes deixo-o a falar sozinho numa varanda. Ele e o seu cigarro. Espero que morra e me deixe ser livre, porque eu não sei o que é liberdade de expressão ou alegria ao acordar. Mesmo assim continuo aqui, na tentativa de levitação, sou como um pássaro. Mas preso numa gaiola. Que triste que somos, que tristeza de sonhos.. tristeza de vida.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Eu tenho um panda imaginário, chama-se Shiro e é lindo. Passamos a noite a falar sobre nadas e tudos. E ele tem um sonho, conhecer a Abbie.. Eu contei-lhe que ela é a minha alma gémea e que só me traz sorrisos. O Shiro chama por ti Abbie.
Saudades. São milhares delas. Interrompidas pela imensidão das linhas telefónicas. Pela poluição dos transportes. Pela demografia reduzida em que nos encontramos estáticos e aparentemente vivos. É aí que me perco, nessas entrelinhas curvas e baratas, onde se vende cigarros sem marca e droga leve. Que me deixa adormecida para não ter de lidar com a dor de pensar. Já Fernando Pessoa a tinha, porque não haveria eu de ter? A confusão aumenta, as horas de ponta alastram-se cada vez mais até ás 11h e perco sempre o rumo de ida. De ida ou de partida. Não sei bem, ando baralhada com palavras, a minha gramática ficou enferrujada e nem escrever já sei. No entanto sou boa em sentimentos e sei exactamente como os expressar. E isto é saudade. Aquele sentimento que me faz falar de ti a toda a hora sem tempo para tal. 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

- Mas tu não te tens de achar nada, tens é de te achar tudo. E se isto não for amor o destino sabe exactamente como disfarçar bem. Igualmente apaixonada ficou a Julieta quando Romeu lhe beijou a mão porque naquela altura o pescoço já era insultuoso, quanto mais os lábios secos dela. E eu continuo assim, nostálgica connosco e não comigo nem contigo, mas sim connosco. Porque o nós tem sempre outra constante mais doce e amorosa. E a rebeldia de juntar o pronome pessoal eu com o tu dá um toque mais apaixonado ao sujeito da frase. Eu gosto mais de ti do que rosas. E rosa é o meu segundo nome, ou melhor Rose. May Rose para ti, May para mim e Rosas para todos. - Se juntar todas as raparigas que já namorei sem dúvida que o meu amor por ti supera todas elas juntas, e lá fiquei eu a ver as nuvens mais uma vez e a sonhar acordada, sem saber como é que tu apareceste na minha vida. Deste-me um toque e apaixonei-me de tal maneira que a forma mais inútil de ver o mundo, para mim, é um acontecimento tremendo que me desperta a atenção por longas horas. O amor faz disto e quem nunca esteve apaixonada não sabe o que perde.. ou o que ganha.. mas sobretudo o que perde.

O meu nome é Maria mas sinto-me May. Tenho 17 anos e adoro pandas. Sinto-me May Rose junto de vocês, que são tudo de bom que pode existir no céu. E dentro deste meu mundo escuro também sei sorrir, e sei dar-vos amor. Porque eu quero mimos e passarinhos. Quero desejar uma boa noite e encher-vos de alegrias. Porque, indiscutivelmente quem merece mais sonhos realizados são vocês minhas lindas. São maresia doce. Contraditório não é? Pois têm todo o desassossego de uma onda mas com uma pitada de doçura.. com sabor a nuvens cor-de-rosas. Sem vocês eu não era totalmente feliz e sabem que me deixava dominar muito facilmente pelos meus "eu" mais escuros. Obrigada minhas doces rosas cor de rosa.

Quem disse que o amor é fogo que arde sem se ver não sabia nada de amor. Nem de amor nem de dor. Porque quando se fala de amor, a dor é constante e ultrapassa qualquer labareda. Queima e desfaz cada pedaço de pele. Como se arrancada fosse pelo tempo que nos odeia. E passo a odiar-me muito mais nesse instante. Ridiculamente odiada por instintos felinos e canibais que se alastram e choram por sangue. O teu sangue. Nada mais carnívoro que nós os dois juntos. Sendo que tu não passas de outro "eu" que eu trago comigo, escondido à retaguarda do coração. És o meu eu mais temível e ingrato de todos, porque para ti não existe amor, só piedosa misericórdia para sofrer. Gostas de sofrer e ver sofrer os outros. És como um vírus no corpo. Adormeces quando todos te acham morto. E acordas quando menos preciso de ti. Tu não como os outros que dá gosto de viver. És rude, imprudente,  e procuras sempre passar a tua mão pelo meu ombro e recitares "és fraca, deixa-te consumir, és como sushi, só que em carne crua".

sábado, 29 de setembro de 2012

"eu achei que tinha tudo antes de te conhecer. e então deixei de acreditar que algum dia posso vir a sentir completa. Porque o ser humano nunca está satisfeito. E mesmo tendo-te e amando-te vai me sempre faltar algo." May Rose
Tem feito tempestade lá fora e cá dentro. Cá dentro do meu peito. Indestrutível tempestade de saudade e dor. A caminhar para a morte. Porque eu sou louca nos tempos livres e viro de pernas para o ar a minha loucura . Só os mais nobres conseguem alcançar-me neste mundo de dementes provisórios. De cegueira continua e a crença na salvação é obscura porque ninguém tem fé aqui, neste lugar. 
Mas eu acredito em Deus, porque só ele me pode salvar das palavras que queimam a pele e marcam o destino. Cruel e do avesso. Porque só Ele sabe o quão doente eu estou por não ter forças para confiar em mim e nos meus actos. Gritar não é opção mas ajuda a esquecer os problemas. Chorar não alivia a dor mas acalma o coração. E eu deixo-me ficar pálida e serena. Porque os loucos também têm os seus momentos de tranquilidade, nem que seja por breves horas de conforto emocional. Quando nos imaginamos a voar sobre tudo... Continuo louca. Sinto-me louca a escrever. Coisas sem sentido aparente, mas com fortes motivos para serem escritas e lidas por ti. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

É fácil ser indiferente a alguém. Por mais que o queiramos marcar com a nossa simplicidade de rubi, a probabilidade de isso acontecer vai diminuindo. Culpa nossa? Talvez, amar demais alguém tem as suas contradições. Porque as pessoas têm a necessidade de apagar o passado. Aquele passado no qual estávamos inseridos. E enquanto as memórias se vão auto destruindo, nós continuamos aqui. A pensar que ele ainda se lembra de nós. Do nosso nome, ou do nome que lhe chamávamos. Mesmo assim continuamos nos recortes antigos. Imaginamos como seria o presente se o passado fosse diferente. Se a imensidão de desilusões fossem somente alegrias nas quais ele estava lá, para o podermos admirar. Porque por mais que alguém nos diga que foi o fim, sentiremos sempre que foi só uma pausa. E voltaremos ao início de novo. Relembrando... é o que somente nos resta. Relembrar o que outrora foi a nossa melhor fase. A felicidade. Depois, ficamos serenos e voltamos à realidade, onde tudo é mais duro porque não sabemos o que nos espera. E continuamos a viver. Viver.. 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Talvez a distância seja a resposta. Tudo indica que se o Titanic não se tivesse aproximado do iceberg, ele não teria afundado. Sei lá, tiveram outros motivos? Ele afundou de qualquer maneira. Era isso que eu estava a tentar descobrir. Certos afastamentos são necessários… Ou melhor, certas aproximações nem deveriam ter acontecido. Mas quando o amor se torna mais forte que todos os quilómetros, a vontade de continuar torna-se também maior. Enquanto que a estrada foge e a saudade aumenta eu deliro com esperanças e novas ilusões para te voltar a ver. Porque a mente humana trabalha num todo e tem como finalidade a realidade. Porque a psicologia tornou-se ciência para explicar o comportamento humano e os processos mentais.. e a saudade continua inexplicável. De que vale o estudo da mente se a dor do coração continua lá? E vale a pena continuar a amar, porque enquanto a luzinha continuar a brilhar, é sinal que a esperança ainda existe e que te continuarei a dizer que te amo.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Não adianta achares que uma chuva é o desabamento do céu, que uma rachadura significa a queda de uma estrutura inteira, que uma lágrima vai provocar um rio em que te afogas. Podes tentar proteger-te, mas se é para acontecer, vai acontecer. Então vai para o jogo e finge que esqueceste as regras, até porque, no final não há vencedores, apenas participantes."
Já passa das nove, o café já deve ter arrefecido, e eu continuo na cama a tentar recordar-me da noite de ontem. A luminosidade do meu quarto proporciona-me uma instável manhã, os raios de sol que batem na parede queimando-a e desgastando-lhe a cor.. enfim, pormenores.  Levanto-me ainda meio adormecida mas realizada, o marley continua a meu lado, nunca me traiu até agora, é o meu grande amor. Os dias têm se tornado pequenos, as manhãs mais dolorosas e as noites mais cansativas. O trabalho na revista também continua igual, há semanas que escrevo sobre desamores, algo que soa bastante bem para quem nunca se aventurou numa relação como eu. A minha chefe teima em não dar-me outro tema, a minha coluna está monótona com tantas lágrimas. Sinto-lhe a tristeza logo quando me sento e começo a divagar. 
Hoje só entro à tarde, tenho a manhã destinada a mim e à minha solidão. Com tantos pensamentos acabei por beber o café à pressa, queimando a língua, e por azar acabei com o último cigarro. Escusado será dizer que terei de sair à rua para abastecer o meu único vicio que me acompanha desde que o meu pai morreu. Avivar esta memória sempre que fumo destrói-me aos poucos, a minha mãe acredita que irá superar esta perda enfiando-se na cama com homens casados, e eu não a censuro. Afinal o seu grande amor acabou com a sua própria vida deixando-lhe uma viciada em café de vinte e três anos e sem namorado...
Eu tinha um apartamento na baixa, mas os fantasmas eram imensos sendo que a única solução foi pegar no marley e mudar-me para esta cidade sem nome e cheia de fumo. Os ponteiros nunca pararam, continuo a mesma rapariga que encontrou o pai morto, a única coisa que mudou foi a minha morada e o meu número de telefone.. tive de fazer alguma coisa pela minha sanidade.
May Rose (fictício)

domingo, 16 de setembro de 2012

Ás vezes prefiro não existir. Ter um fim trágico ou simplesmente desaparecer. Sinto que nada vale a pena e que não mereço a preocupação de ninguém. E penso muitas vezes no meu fim. Não tenho tendências suicidais, mas canso-me de viver. Porque constantemente faço coisas erradas, afasto todos de mim e choro como se estivesse à beira da morte. Encontro um refúgio aqui, perto do nada. E dói-me o coração. Sinto-me um lixo. Eu que em nada sou infeliz, que não tenho problemas familiares ou económicos. A mim que me chamam de pobre e mal agradecida, que não me compreendem. Ou sou eu que não me deixo compreender. Sinto um vazio enorme e faz ferida. Porque eu não quero ser assim e quando parece que está tudo calmo as trevas vagueiam mais uma vez ao meu redor e alastram-se pela minha casa. E eu sofro sem saberem. Sofro comigo própria e com as minhas atitudes. Desfaleço em qualquer situação e sou fraca. Fraca e incompreendida. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Instabilidade. Insegurança. Reacção negativa ao mundo. Impressionismo. Mudança de atitude. Maturidade. Determinação inconstante implícita em frases feitas. Diferença. E enquanto isso, saudade. Porque é impossível não sentir saudade de  um coração como o teu. E já voltou a época da coragem, enquanto eu me deixo esvaziar por aí.. voltou a fase do balão, e das lágrimas, e das partidas forçadas. Já me tinha esquecido como é doloroso dizer um "adeus, até para a semana". Eu respirava-te de uma maneira sedutora e mimada. Sinto falta de certos elementos comigo. Não os tenho. Não os encontro. Entreguei-os a ti, mesmo depois de te teres despedido com um beijo na testa. Agradeço, mas não é o suficiente. O mais que podemos fazer é trocar cartas pela lua. Ela não me engana e eu saberei sempre quando estiveres bem. Ou mal. Ou simplesmente com saudades minhas. "Hei de te amar, ou então hei de chorar por ti, mesmo assim quero ver-te sorrir.."

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Deixa-me, agora eu continuo o meu caminho sozinha. Não vale a pena seguires-me ou tentares contar-me histórias de fantasmas que comem pessoas para eu não prosseguir. Tu és inconstante e eu não preciso de corações assim a meu lado. Não gosto e não quero. És uma fatalidade do destino e tenho pena mas ao mesmo tempo deixo-te andar... não sou boa a fingir que estou bem e não tenho espírito para agradar a todos. Fazes das pessoas Deuses, qualquer uma serve para te acalmar.. a mim não. Somos diferentes. Tu és mais triste e melancólica e cheia de males. Eu sou mais alegre e sonhadora e amada por pouca gente. Ainda que eu não acredite que todos têm um lado bom, tu deixas-te ir na conversa de qualquer passarinho e isso magoa. Não distingues o bem do mal. És demasiado pequena e eu não lido bem com pessoas pequenas de espírito. Agora é a minha vez de ir de viagem, mas para longe. Onde encontrarei paz e amor, de uma pessoa só e não de uma eternidade delas. 阳光

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O que o nosso amor tem, é felicidade. E eu não poderia pedir alguém a não seres tu. Tu sempre serás o meu céu azul e eu sempre serei a tua flor encarnada. Nós sempre seremos uma para a outra, porque meu amor tudo o que eu desejo é ter-te aqui, a fazeres-me Sol. Porque eu não sei ler e tu não sabes escrever. Juntas somos arco íris de mil cores. Que se completam. Que se unem. Que se beijam. Quero-te em todo o calor da minha vida, e mesmo que venha o frio, quero-te por perto para me aqueceres. Enquanto a maré vai e vêm, tu permaneces como só um anjo faz. Porque és brilhante, doce e eterna como os anjos. Por isso pequena Abbie, eu acredito que a nossa mãe ande por aí. Não a minha. Não a tua. Simplesmente a nossa.
Eu tenho medo de falhar. De não compor mais versos nem conseguir emparelhar a rima. E enquanto se perde o encanto da música, a alma também se vai deixando ir ... alastrando todos os versos riscados mas tão bem sentidos. Porém a melodia ouve-se. Só não respiro, para não a estragar. E os galhos das árvores lá fora comungam com o estado de espírito... umas horas feliz, outras horas melancólico. E eu sou restos de notas musicais  tão indiferentes à música como ao coração. Tão agoniante como o frio que queima a pele cor da terra. Enquanto isso, vais deixando de tocar, o som começa a desaparecer e o vento torna-se outra vez o rei do mundo e controla tudo o que ouves. Como sempre, deixo-me estar. Já ninguém me pode salvar. Não hoje. Não a mim.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

E enquanto voam cartas daqueles que nunca tiveram coragem de as enviar eu aqui me pronuncio sobre como é bom saber amar. Um ilustre cultivo de amanheceres e esperanças. Só tenho pena de não poder perder-me todos os dias neste vicio consumista e intenso. Há quem diga que quanto mais forte o vento soprar mais amor conseguimos produzir, como se o amor fosse uma energia renovável... ou até é.
Enquanto tentas encontrar o caminho certo para nos levar, eu preocupo-me com o amanhã, porque o amanhã determina se o ontem valeu a pena. E acompanhada de medos levo lembranças e desejos reluzentes, porque eu quero fazer destas nossas lembranças um lugar seguro para chorar quando for preciso. Porque eu aprendi que não posso escolher como me sinto, mas posso escolher como ficar perante esse sentimento.


domingo, 2 de setembro de 2012

Crónica (1)

Acontece que a fugacidade das relações de hoje em dia trazem mágoas aos corações que entendem que um amor é para sempre. Porém as consequências dessa má relação estão bem distantes de não voltarem a acontecer. Em média uma pessoa tem tendência a apaixonar-se pelo mais bonito e o que tem mais pinta. Contudo nem sempre esse sujeito aparece aos nossos olhos facilmente, o que é engraçado pois a maior procura que existe é nesse campo derrubando a estatística da procura de emprego. 
As probabilidades de encontrar alguém assim e nutrir um sentimento recíproco em pouco tempo é um quanto ou tanto baixa mas nem sempre se torna geral. Há aquelas mulheres que ao sofrer de amores chegam ao limite diário de exibição e tornam-se demasiado fáceis para o sexo masculino, o que é uma pena. Depois existe as mais tímidas que tentam a sua sorte por meios virtuais, o que até pode dar resultado se o parceiro não for pedófilo ou alguém não tão charmoso como se estava a pensar. Por fim existe as mulheres que sabem esperar pelo momento certo e com toda a sua paciência conseguem mover as águas sem provocar muitas ondas, o que pode ser um factor que contribua para uma boa relação que dure mais tempo que a anterior. São estas mulheres que demonstram a sua facilidade em carregar com os problemas e engolindo o orgulho , continuam a caminhada porque acreditam que existe uma alma gémea para cada um de nós.
É neste mundo feminino, que se pode comparar a uma selva, que cada uma luta por o que mais lhe dá prazer, retirando os 35% das mulheres que conseguem gerir uma vida feliz e familiar sem a ajuda do sexo masculino, que por vezes pode atrapalhar e muito na construção de uma cadeia social activa.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Não conheço ninguém mais náutico que ele. Quando ele inventa todos os instrumentos para me mostrar que o sol é tão brilhante como a lua, mesmo que eu não acredite. Que a água do mar no fundo é doce, que as tempestades não passam de pequenas zangas dos Deuses e que o amor é uma flor que nasce no cume de uma montanha. Eu rio-me, porque os meus dias têm sido nublados e só ele me trás esse cuidado. No fundo a transparência da alma dele não faz mal a ninguém e muitos duvidam dessa inocência. Mas eu sei, eu sei que tu és divino e que as tuas asas só aparecem de noite. 
Estou nostálgica esta manhã, manhãs estas que têm trazido o bom ar. Obrigada por estares sempre comigo, mesmo nessa tua indiferença, nessa tua transparecia, porque eu não te vejo mas sinto-te. Sinto-te como nunca ninguém te sentiu. E deixa-me estar, as coisas boas da vida são aquelas que ninguém as desfruta, somente uma pessoa. Eu.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Para todas as relações que tiveram fim existe sempre um inicio. Vais querer não te apaixonar mais. Vais preferir lutar por ele que morrer na espera de encontrar outro alguém porque, inexplicavelmente, ganhaste forças para não acreditares que foi o fim. E tu sabes que foi. Deus nunca te vai largar e mesmo assim vais dizer que ele não olhou por vocês como pediste e vais trancar-te num mundo frio porque achas que ninguém está do teu lado. O céu vai-te sempre parecer negro e sem estrelas e no momento que lanças um sorriso também choras, porque lembras-te da maneira que sorrias quando estavam juntos. Cada lágrima vai parecer mais longa que a outra e o teu corpo vai perdendo a calma, as memórias vão atacar-te e vais desejar adormecer sem mais acordar. Não vais suportar a ideia de ver romance em qualquer lugar e estarás sempre dormente, dormente de amor. E no momento que ponderares seguir em frente vai existir sempre um baú no lugar errado para te lembrar que o teu grande amor não era tão grande assim. Vais achar que ninguém te entende, que os azares só te acontecem a ti. Amanhã chegará um novo dia com o qual vais ter de lidar e se alguém te perguntar se estás bem, não respondas, respira fundo e pensa no amanhã. Porque o amor sempre será um caso para explicar.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Alugo-me permanentemente a ti. Sem caixa de correio ou buracos por fechar. Alugo-me por inteira, com decisões definidas e planos por agendar. Porque já não sou criança de berço mas preciso de colo. Preciso de beijos ao acordar e de alguém que saiba exactamente todas as datas importantes que eu possa esquecer. E quero pedir menos vezes desculpas ou então destruir essa palavra por completo. Viver a juventude enrolada a ti com desejos de nós e de pipocas doces. Estou cansada do escuro e de me sentir fria e não tenho muito jeito para escolher bons aquecedores além de ti. Sinto-me cansada dos azares da vida e esqueci-me que te tenho. Eu não bebo, não fumo, não tenho livro de instruções. Tenho apenas um coração pequeno, simples e bonito para cuidares. Gosto de ti, ou adoro-te, ou amo-te, depende da perspectiva.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Deixa-me adormecer mais um pouco. Ainda agora acordei e já sinto os olhos cansados. Cansados de intolerância e rouquidão. Sinto as minhas pernas a quebrar, não caminho, estou presa ao tempo. E não peço ajuda porque não preciso de esperanças. Falsas esperanças e momentos provisórios. Não gosto de estradas curtas que não mantêm uma conversa interessante e longa. Longa de adjectivos e figuras de estilo utilizadas pelos professores mais antigos mas com mais sabedoria.  Quanto ao sono e ao cansaço deixo-o estar sossegado, não o quero desanimar. Sei que por outra perspectiva eu só me sinto só e só digo, rodeada de gente mas com o coração vazio. E sei de imensa gente que se sente assim. Mais cansada do que viva. Não sei nomes, eu nunca fui boa com nomes próprios só comuns, tão comuns como o meu. 
E algo me fez levantar. Não tu, não eu. Mas algo mais forte que isso. Talvez o vento ou a chuva. Mas faz sol e aí a minha ideia contradiz-se. Nunca soube ao certo o que foi, mas deixou radiante.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Eu não me rejo pelo conformismo. Por aquela tendência drástica de se conformar com os usos estabelecidos. Pela igualdade de ideias assentes em cima da mesa, comparadas a destroços humanos afundados à séculos no esquecimento. Eu não sou um estereótipo de  alma negativa, sou um pedaço de lua neutra. Tenho poucos sonhos e não desejo nada para além do infinito. E porquê? porque o infinito desvenda-me, despe-me e consome-me de imediato e eu fico pálida e apática. O meu rosto não engana. Nem tu, nem nós.

domingo, 26 de agosto de 2012

Gosto do compasso dos dias. Dias que são nossos por direito. Porque nos entregamos de corpo e alma um ao outro e temos feridas ainda por sarar aos poucos. Porque o amor constrói-se, não se o tem de uma vez. E a raridade da comunhão é demasiado ofensiva para os Deuses que acreditam num final feliz e radiante. Sou toda eu construída de pequenas ranhuras de cristal, coleccionado nos países mais frios do mundo. És todo tu construído de grandes pedaços de sol. O mesmo sol que nos queima a pela branca e sensível. E que nos condena à sede por longas horas de trabalho. Somos um sólido abstracto e silencioso. Nada bruto, um pouco vadio. Somos nós filhos de pais diferentes mas que nos encaixamos tão bem, tão penosamente bem. E as circunstâncias são imensas. Como o meu sentimento por ti.

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