quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Fazias-me lembrar a talha dourada, o trigo brilhante ou o sol das três da tarde. O teu pouco jeito para o romantismo tinha-me deixado romântica. Lembro-me de todas as vezes que corri atrás de ti e que tu correste atrás de mim até esbarrarmos um no outro. De todas as canções que hoje oiço, nenhuma fala de como bonita foi a nossa história, de como o amor que tivemos foi grande o suficiente para me fazer ficar. De todas as canções que oiço, nenhuma me faz querer voltar porque hoje és uma lembrança que ainda está no purgatório para responder aos pecados que cometeste.
Hoje decidi ser feliz, felicidade essa que acabou por te passar ao lado. Lembro-me de ti mas não quero lembrar-me de nós porque o Nós é algo tão complicado, tão cheio de discussões e beijos nos momentos errados. E é engraçado que tu nunca quiseste mudar por mim e quando eu decidi ser feliz, sozinha, lembraste-te que, afinal, a vida faz sentido quando eu estou a teu lado. 
Hoje decidi não estar mais a teu lado, não sermos mais um ser em conjunto.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Nobody said it was easy, no one ever said it would be this hard

"Não te cansas de ser ignorada com sucesso?" pergunta em sussurro a minha mente cansada já de me ver em doloroso sofrimento. Porque não deixo eu de me preocupar com os outros quando eles não demonstram preocupação para comigo? O que mais me magoa é a ingratidão de quem não reconhece o que bem eu lhe fiz. O que mais detesto neste mundo é a injustiça de quem dá tudo de si e nada recebe. Na realidade, o que me desfaz por dentro é o sentimento de solidão que as pessoas me dão quando o afeto já não é nítido e o esquecimento começa a fazer parte da rotina. Estou tão enganada no mundo em que nasci, pensara eu que tudo o que de bem fazes, também de bem irás cultivar. Eu só queria deixar de sentir, colocar de lado o que me arrasta para o fundo e me consome por inteiro. Quero desligar de mim e de todos, viver por viver sem ter grandes esperanças. Desligar do que faz sentido, começar a flutuar sob a falta de noção e deixar-me entrelaçar por o "não quero saber". 

sábado, 6 de agosto de 2016

Regras da vida? You wish

Porque a vida é assim, tu não podes cobrar a alguém o sentimento que ela nutre por ti porque, na vida, não há uma regra básica de igualdade. Não há uma regra que dite que se eu der o máximo de mim a alguém, essa pessoa também terá de igualar esse sentimento, e ao contrário também se aplica. Na vida, cada um dá o que quer, o que acha que deve dar, ou perdes ou ganhas, e é assim que são feitos os amores impossíveis/platónicos, amores que correm mal. És um peão da vida, vais para onde ela te levar. Ou segues em frente ou ficas para trás. Também não há regras que digam que alguém tem que te levar ao colo neste jogo de xadrez. As pessoas estão contigo se acharem que devem de estar. Se eu me magoar com sentimentos que não são recíprocos, que direito tenho eu de cobrar a alguém essa dor que me provoca? Ela não me pediu que eu a amasse com tudo o que tenho, muito menos me avisou ao inicio que iria despender de si o máximo possível. É aí que quero chegar com essa conversa, ao longo desta caminhada irão sempre existir encontros e desencontros de quem nunca soube o que era ser o tudo para alguém e alguém ser igualmente o tudo para si. Os desencontros serão os mais comuns, e quando o comum começar a ser ridículo, passarás a querer encontrar-te com alguém ao mesmo nível. Aconselho sobretudo a tentares perceber se estão a escalar ao mesmo nível, porque quanto maior for a tua subida sozinho, maior também será a tua queda. Sozinho.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Eramos um ramo de flores no Outono

Eu perdoo-te. Perdoo-te porque percebo que o que disseste não foi dito com sentimento. Perdoo-te porque sei que é difícil ser rejeitado mas não nos deixarem partir. Todos os dias me recordo do que disseste - duras palavras as que utilizaste para me descrever, chegando o teu discurso a combinar com uma personalidade paranóide - mas hoje compreendo que não basta gostar. Perdoo mas não esqueço. Não quero mais ouvir falar de ti, das tuas novas aventuras, das tuas conquistas, dos teus medos. Perdoo-te mas não quero mais saber se respiras. Aprendi contigo que o maior erro que podemos cometer é deixar crescer flores em tempo de outono. Mas eu continuo a fazer as minhas caminhadas, só já não as imagino contigo. Continuo a não gostar de sushi, nem de praia. Continuo a viver mesmo com a tua ausência porque fiquei a saber que ter "problemas de atenção" não é sinal de morte. Continuo a viver porque ser "possessiva" não precisa de medicamento e, principalmente, continuo a viver porque eu nunca dependi de ti para isso. 
- Porque é que continuas a mandar-me embora se me queres?
- Porque se fores, já não te posso querer
- Mas eu continuo a querer-te

sexta-feira, 1 de julho de 2016

eu tenho de esquecer, ignorar e não querer manter quem não me quer guardar.
tudo isto para ser feliz

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Eu poderia ter continuado, mas decidi parar

É preciso deixar ir. Soltar. Ser o primeiro a dizer "podes ir". Ter o pulso firme de certeza de que o mais feliz será o primeiro a deixar voar. Não o primeiro a voar. A determinado momento, depois de calculadas todas as fórmulas que deram errado, irás perceber que é impossível manter o que não está destinado a ficar junto. Eu poderia ter continuado a apertar a ferida na esperança que a mesma sarasse, mas estaria a ignorar toda a dor que tudo isso me trazia. Eu poderia ter continuado a remar pelos dois mas estaria a ignorar o facto de que existem dois remos. Um para mim. Outro para ti. 
Eu poderia ter ficado triste pelo nosso fim. Ter-te culpado por não me teres dado a força e segurança que eu precisava, mas hoje, respiro uma liberdade acolhedora e sinto-me em paz. Se te amo? Amo, amo-te ao ponto de saber que tu e eu somos mais felizes sem sermos tu e eu e que sempre que ficamos juntos destruímos tudo o que resta de nós.
Hoje sei que o amor é deixar ir quando já não há motivos para ficar. Hoje sei que irei ser sempre tua e tu irás ser sempre meu, mas longe. 

terça-feira, 7 de junho de 2016


"For attractive lips, speak words of kindness. For lovely eyes, seek out the good in people. For a slim figure, share your food with the hungry. For beautiful hair, let a child run his or her fingers through it once a day. For poise, walk with the knowledge that you never walk alone." 
— Audrey Hepburn

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Perdi o equilíbrio que me mantinha de pé

Sentir-me sozinha é normal quando não tenho ninguém por perto, mas quando me rodeio de gente e mesmo assim o sentimento permanece? É normal começar a chorar do nada, com um aperto enorme no coração a achar que nunca ninguém demonstrou verdadeiro carinho comigo? Ou que algum dia fui prioridade de alguém? Ser todos os dias um muro de perda, desvalorizando tudo o que me afecta vai-me consumido por dentro e são estes pequenos momentos, geralmente no aconchego do abandono, que me desvaneço em lágrimas. Pedir ajuda nunca é solução porque admitir que ser frágil faz parte de mim nunca me foi ensinado. Acalmo-me sozinha, muitas vezes apenas com ajuda do que uma voz interior me diz, seco as lágrimas e volto a guardar para mim tudo o que me deixa melancolicamente depressiva porque as pessoas que me fazem bem, ao mesmo tempo também são as que me fazem mal. E eu sei que Tu existes porque sempre paras com o que me está a matar por dentro, acabas com a minha auto-destruição e dás-me uma luz, mesmo que pequena, é e sempre será a luz que eu preciso para continuar a ser a pessoa que não sou, mas que preciso de ser. 

sábado, 23 de janeiro de 2016

Foste mais um nómada sem rumo

Hoje reconheço que a vida é uma porta aberta para viajantes nómadas sem rumo. Digo isto porque em mim já foram dados tantos passos que eu mesma perdi a conta. Gente que passou e não quis ficar ou não conseguiu ficar. De tantos adeus que disse, o teu foi o mais doloroso porque a tua despedida foi a mais inesperada e fugaz. Senti que, em algum momento, tinha marcado com a minha presença a tua viagem e que tinhas tomado a decisão de ficar, enganei-me. Este engano foi resultado de inúmeras expectativas criadas em torno de todas as frases trocadas e de várias promessas ou falsos juramentos. Foste-me dando certezas, acreditei num lugar perto de ti, hoje aceno-te com a cabeça pois as mãos congelaram na espera do teu longo abraço de agradecimento, um conforto que há muito esperava. Hoje não te vejo mais, não te oiço, nem sinto mais a tua presença atrás de mim como uma sombra que me acompanhava. Hoje sei que existes porque um dia te conheci mas se não te conhecesse, hoje não sentiria a tua falta. Construimo-nos com as desilusões que nos caiem aos pés. Eu esperei pela tua coragem para me dizeres que o nosso tempo tinha acabado mas até hoje nunca te vi com vontade de me dizeres adeus. Certamente que o futuro não estava guardado para nós, que o espaço que eu tinha aqui vazio não era para ser acampado por ti e que todas as vezes que me disseste que iríamos estar presentes um para o outro não era verdade. Eu esperei demais de ti, expectativas que não curam mais uma desilusão que está prestes a cair ao chão.
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