quinta-feira, 17 de maio de 2012


Não era muito longa mas era suficiente para uma conversa passageira de apresentações. Tinhas um sotaque diferente, aliás, tudo em ti era diferente. Todavia sempre me mantive distante de desconhecidos, os verbos mal conjugados perturbavam-me e o cheiro nauseabundo a café enjoava-me, no entanto o teu cheiro a café era doce e as tuas conjugações eram uma gracinha. Tinhas uma face mais corada que a outra onde as pequenas sardas se manifestavam, umas maiores que as outras, e desordenadas. Ainda me pergunto, como seria possível aceitar qualquer comentário teu sobre mim, sobre a minha franja ou até sobre o meu casaco oferecido por uma tia-avó. Eu não era aquele estereótipo de mulher desejada por qualquer um que esbarrava comigo, eu era esquecida no meio da multidão e sempre me habituei a tal, mas tu chegas-te e tiraste-me a manta que me cobria, que me escondia e me protegia. 
Já passaram quase dois anos e tu continuas aqui, a meu lado, com as palavras mal ditas e frases mal construídas, e eu continuo a sorrir como sempre fiz mas agora sem franja e sem vergonhas. 
May Rose

quarta-feira, 9 de maio de 2012


sou alérgica a palavras que magoam. e sou totalmente complicada, tu sabes. eu detesto uma série de coisas. e sabes que para mim gostar não basta. é necessário amar. gostar é morno, é mais ou menos. amor significa intensidade. e eu sou assim mesmo, uma mistura de milagres com desastres. amando tudo o que posso, sendo amada por nada que quero. vivendo de esperas e esperando-te. nada é para sempre, mas podemos fingir que não sabemos disso não é? evita as palavras, dá uso aos gestos, ás cores e aos cheiros. o amor muda-nos, transforma-nos, melhora-nos. deixa a vida muito mais doce e bonita. e apesar dos dias cinzas e frios, deixa a alma aquecida com o calor do coração.
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