quinta-feira, 10 de julho de 2014

Se as aves do planalto comentassem comigo sobre o que vêm de lá da colina, sobre o que sentem para lá do horizonte (...) tudo seria mais fácil de respirar se soubesse de onde vem o vento e o que traz ele. Não imagino sequer outra explicação para tal melancolia se não culpa do vento e das tristezas que o acompanham. Não gosto de ser eu a culpa dos dias cinzentos e da infelicidade desmedida, por isso resisto a estas manhãs ventosas e oportunistas que me levam sempre a levantar da cama e a tomar uma chávena de aragem matinal. E repito para mim mesma "há dias em que nada vale a pena, nem levantar da cama".

quinta-feira, 3 de julho de 2014

4 Julho, 2014

Gostava de ser tão transparente como tu meu Deus. Levitar e pairar sobre o que nada mais me incomoda. Ser menos um incómodo na sociedade bendita e escravizada pelos sinistros vermes que a habitam. É presságio. É maldição. Por um breve momento desapareço e quando regresso as bocas enchem-se de fome de maldade. Sangue velho com novas histórias. Podia não ser nada mas é tudo tão rápido que sinto risos a ecoar ... como sinos ... e magoam e maltratam.
Já não sou minha, sou vossa. Nada tenho para dar senão as minhas diferenças que precisam de ser julgadas, apontadas (...) algumas ainda dormem na indiferença, permanecem ocultas do exterior. Tenho pena de ter mudado, mas o contexto transforma a pessoa. E continuo a querer ser um nada de todos.
Mas e eu? Gostava de ser uma brisa de alivio de quem já não consegue lidar mais com a vida. Baptizarem-se em meu nome e desenterrar o que eu fui, mas que não sou mais. O que fui morreu. O que sou, morre lentamente. O que serei nunca quererei saber, porque sei que não serei o que quero ser.
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