Têm lido o meu coração aos poucos e nunca me dediquei a contar como conheci o que faz bate-lo. Ora, o meu primeiro amor, a paixão pequenina e inquieta do inicio da nossa adolescência. Eu tinha apenas 10 anos, era uma criança como os outras e ele foi o primeiro rapaz a fazer-me sentir borboletas na barriga. Nunca lhe falei enquanto paixão, nunca lhe disse que "gostava" dele, nunca ouvi a sua voz. Era o fruto proibido e jamais teria algo com ele, era mais velho 3 anos - o que naquela altura é uma enorme diferença.
A paixoneta foi passando, ele saíu da minha vista e 5 anos passaram. Nestes 5 anos, admito que nunca cheguei a pensar nele, já não me lembrava dos seus olhos, da sua cara, até da sua existência... Lembro-me até de o ver na rua e sem leva-lo para esse lado da minha memória, achava-o atraente e bastante bonito.
O meu primeiro caminho até ao secundário fez com que o meu coração começasse a bater mais depressa, as memórias começaram a voltar e eu sabia que algo me estava a tentar abrir o coração a algo antigo.
O meu primeiro amor apareceu-me à frente, com os seus olhos castanhos e brilhantes, já com barba, com a pele macia e lisa, estava tão homem que eu nem conseguia acreditar. Foi a primeira vez que em 5 anos ouvi a sua voz, doce e sincera. O tempo foi passando e aproximamo-nos a cada instante, mas eu nunca lhe contei que ele tinha sido o meu primeiro amor, queria saber o que afinal tinha sentido um coração de uma menina de 10 anos.
Amei, foi um choque saber que os dias estavam cada vez mais brilhantes e as flores mais bonitas, a minha capacidade de amar tinha se tornado perfeitamente adequada à dele. Estamos à 13 meses juntos, e acreditem, que lutei tanto, mas tanto para ficar com ele que já nada me o vai tirar.