domingo, 20 de abril de 2014

Perguntei-te logo ao início se seríamos alvos de desmembramento. Garantiste-me que não. Ainda assim fiquei com um pé atrás. 
"Para o amor é preciso tempo. Desgastes emocionais todos temos, mas só os fortes conseguem lidar com a pressão lá fora. Insistir que está tudo bem quando nada faz sentido é um erro.
Dizer que amamos sem sinal de felicidade também é outro erro."
Entendi que poderia confiar em ti como o azul do céu confia no branco das nuvens para fazer um quadro digno de uma exposição. Amei. Lutei. Sofri. Senti que eu também ganho ferrugem. E aos poucos fui-me apercebendo que o nosso barco tinha ranhuras que deixavam a água entrar. E de imediato lembrei-me do titanic e congelei. Não seria a outra mas senti-me como tal. A mais. Quis esquecer a vida, pedi a Deus para me colocar fora do mundo dos vivos, não quis ver o nosso desmembramento precoce e sem vontade mútua.
"E de tantas vidas que já vivi, em qual delas cometi um crime tão grave para merecer isto?"
Nada mais valia a pena. Ninguém entenderia o quão apaixonada sou pelos teus nervos. Prometes-te não voltar a afogar o que restava de nós. A confiança, desta vez, tinha ficado fora do barco. 

terça-feira, 15 de abril de 2014

Sempre tive uma certa inclinação para escolher pessoas erradas na minha vida. A amostra é tão variada e ascendente que tropeço nas minhas próprias dúvidas e acabo por aproximar-me dos meus piores pesadelos. Depois só me resta esperar pela desilusão e a morte das minhas esperanças de que poderia ser feliz ao lado daqueles que escolhi.

   - Seria bom se o céu fosse um espaço neutro, sem prévia designação de que só acolherá os que agiram de bem para com o mundo. Assim poderia viver tranquila, sem marcas no corpo ou na alma, porque o céu sempre me fascinou e seria o meu melhor fim.

Não consta nos livros que as pessoas que se abrem para as pessoas erradas acabam no inferno, mas também não se diz por aí que as más escolhas nos dão acesso ao sagrado lugar de descanso. Gostaria de emendar um caminho cheio de dor, arrependimentos e insatisfação. Talvez no final teria a certeza que o meu lugar acabaria por ser no céu. No Universo. Sem culpar as estrelas.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Podia ser tudo aquilo que desejarias que eu fosse.
E assim me despedi de ti, porque deixar de ser eu não deveria ser uma hipótese. Gostava de poder dizer que a culpa do fim foi do destino que nunca estive do nosso lado. E será que algum dia estaria? Hipoteticamente falando, se as nossas modéstias tivessem sido diferentes ou se a nossa disponibilidade fosse permanente, será que teríamos os ventos a nosso favor?

"Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo,  aqueles a quem não aconteceu esse mistério." José Saramago
Amei-te por uns segundos e com isso aprendi que amar não estava ao alcance de uma só pessoa e que coração que bate sozinho é coração vazio e amaldiçoado. Amei-te pelo que eras, não pelo que és agora.
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