sexta-feira, 24 de julho de 2015

As cartas

É tão fácil abrir cartas que preferíamos nem ter recebido. Trazem consigo palavras que nos ferem a alma, que nos tiram o riso e que nos rasgam a vontade de seguir em frente. Nem a caligrafia mais bonita poderia tornar a mensagem mais doce, os erros ortográficos demonstram a indiferença que se apoderou entre nós, já não existe a preocupação de agradar ao outro. São cartas que não foram entregues em mão, a coragem vagueia por aí sem morada, não há troca de olhares, talvez porque o arrependimento poderia surgir ou então porque já não há nada a dizer. Foram abertas com receio e medo de erguer novas esperanças, no fundo tudo se resume a voltarmos ao que éramos e esquecermos o que nos magoou. Tudo o que restou daquele papel pintado por esferográfica preta foi raiva, raiva e solidão, nada mais haveria a dizer com tudo o que proferiste, agora resta-me esquecer que algum dia pensei em fazer parte da vida de uma sombra.

4 comentários:

  1. Agora é preciso fechar a carta, guardá-la na gaveta e seguir em frente, libertando espaço para que outras mais bonitas e sentidas cheguem e nos encham o coração.

    r: Torna tudo mais doloroso :/

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  2. Agora é voltar a escrever cartas mas para o presente, o passado é fecha-lo :)

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  3. Tens de fechar essas cartas num lugar bem fechadinho seguir em frente :)

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Para a Rosarinho:

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