segunda-feira, 16 de julho de 2012

Eu vou mas não volto. Porque se voltar vou tornar a dizer e a fazer os mesmos erros de sempre. Vou voltar a  entornar a caneca do café em cima da mesa de pedra gelada. Vou abrir novamente as persianas e respirar o ar poluído que me destrói aos poucos. Vou começar novamente a fumar como uma desesperada e sentir-me inútil ás portas do céu. Deixem-me refrescar o corpo em paraísos perdidos e terras distantes, alastrando a podridão de vida que me consumiu até hoje. Deixem-me sentir comida pelos espíritos do futuro que me levam até ao rosto do presente encravado nas garras do passado que se auto-consome e arde no fogo do inverno. Deixem-me alcançar a paz que eu pretendo, longe dos vícios antigos e das falsas esperanças que me fazem procurar um emprego. Saram-se as feridas enquanto vasculho memórias que me alegram este meu inicio de dia acompanhado por uma chávena de chá, numa casa nova com varanda para o outro lado do mundo, mais puro, mais neutro, mais estranho e que não me pertence.

4 comentários:

  1. não me podia identificar mais, princesa.. está lindo!

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  2. tens uma das escritas mais puras que já vi doce :')

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  3. oh obrigada princesa, deixas-me sempre a sorrir com os teus comentários :')

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Para a Rosarinho:

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