domingo, 9 de outubro de 2011


Ás vezes as cidades parecem que aumentam durante as suas noites agitadas. As ruas tornam-se tão longas e sufocantes, o cheiro a fumo é tão intenso e as conversas paralelas são inevitáveis.
Foi num desses infernos que te encontrei, na segunda curva da quarta rua, fugias do horizonte e procuravas a solução para uma doença que jamais poderia adivinhar que a tinhas.
Ás vezes somos levados a pensar o melhor dos outros para assim, termos uma melhor comunicação. Mas contigo bastou o olhar, as palavras já são escassas e demasiado repetitivas, aliás, são sinónimos umas das outras, em frase e meia sou capaz de dar imensas voltas apenas numa palavra - a ideia está lá, a maneira de tentar explica-la é que não.
O mundo para ti parecia pequeno e a ideia de sofrimento estava escrita nessas tuas mãos enrugadas que diziam tudo sobre a tua alma pura mas muito sofrida. Apostava num passado difícil e agitado, o teu silêncio concordava e matava todas as ideias boas que poderia ter a teu respeito, eu queria ajudar-te a curar, a tapar essas feridas que não saravam e já doíam há algumas semanas.
Pedi sucessivamente para que respirasses fundo e olhasses para o céu, não tinha a certeza do que te pedia, mas no fundo isso era um calmante para a tua cabeça que latejava já há alguns dias. O vento batia-te na cara como sinal de que estás vivo, mas a dor continuava lá. Eras um milagre divino, sobreviveste ao que muitos poderiam não ter a sorte de escapar...
Só no final de tantas metáforas é que percebi. Eras mais um escravo do amor à procura de um anjo da guarda para te acalmar e fazer-te suspirar de novo. Não foi coincidência termos atravessado a mesma curva, o destino existe. E o amor também.

16 comentários:

  1. já eu não posso dizer o mesmo...o teu blog é mais que um encanto! adoro estar aqui. pois é, a música é linda, de facto:')

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  2. oh, é tão bom ler isso:). espero que fiques sempre por aqui então!

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  3. de nada minha linda , gosto mesmo muito !
    Se quiseres seguir o meu , e a tua opiniao é sempre bem - vinda :D

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  4. "Não foi coincidência termos atravessado a mesma curva, o destino existe. E o amor também." mas que doçura, que beleza:)

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  5. soube muito bem *ouvir* isso, doce mimi!também tens aqui uns belos textos, merecedores de muitos elogios!:)

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  6. é este coração que já teve melhores dias, doçura. mas melhores dias virão:)

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Para a Rosarinho:

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