Marias há muitas

"True love; true friend"



A última flor que tinha mandado para o rio estava a ser levada pela corrente, o sol estava-se a pôr e ela não tinha vontade nenhuma de ir embora, tinha os pés em ferida de tanta vez que foi pisada, tinha as costas pesadas de tantas facadas que levou, os seus olhos mesmo que quisessem já não conseguiam deitar lágrimas, ela tinha secado por inteiro, tinha sido usada e estava pronta para ser deitada fora.

Ás vezes é assim que me sinto, quando as pessoas em quem mais confio me desiludem por inteiro, não falo do meu príncipe, esse e a minha família estão sempre do meu lado a apoiar-me ou a tentarem abrir-me os olhos, falo sobretudo em amizades às quais damos imenso valor e decidimos pôr sempre em primeiro lugar. O estranho é que parece que é a primeira vez pois a dor destas mentiras é de tal modo dura e forte que nos faz lembrar a primeira vez que nos sentimos traídos, trocados, abandonados... Quando as palavras que ouves não são aquelas que queres ouvir, quando o sentimento que te transmitem não é aquilo que gostavas de sentir, tudo se transforma num meio obscuro e sem algo para que te possas agarrar e defender.

Consegues dar mais de ti para tentar recuperar algo que se perdeu no egoísmo, na ironia, nas metáforas banais da vida, consegues deitar-te abaixo para valorizar que não tem valor, quem realmente e no fundo não tem nem nunca teve nada.

Ficas então desiludido porque o que tu querias não se sucedeu, preferis-te então ser apunhalado e magoado do que seguir em frente e não pensar em ponderar pedir para voltar, pensas que isto tinha que acontecer porque nunca foste bom amigo, mas enganas-te.